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La Parisserie
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REFLEXÕES

Para valorizar é preciso conhecer… e reconhecer…

* Texto publicado em fevereiro de 2020 na coluna AÇÚCAR (Site territórios gastronômicos)

Depois de algumas semanas sumida, estou de volta! Tirei o mês de janeiro para organizar o ano que entra, e refletir sobre os próximos passos. Quem me acompanha pelas redes sociais já viu que entramos com novidades! Tem agenda de cursos, aulas ao vivo, eventos, e até roteiro de viagens pela confeitaria. E por aqui, continuarei a trazer assuntos que considero relevantes na área, tentando sempre levantar questionamentos e reflexões, mas, também, momentos de leveza e afeto, que só um doce pode proporcionar. 🙂

Já começamos o ano com um assunto polêmico, e que tem muito ainda o que ser falado. Deu até “live” com direito a muita interação e questionamento: uma discussão muito importante sobre o uso do tacho de cobre na doçaria mineira, sobre legislações que não conversam com quem vive a realidade do assunto, proibições sem fundamento, mitos que precisam ser esclarecidos. Tenho percebido que tudo passa, mais uma vez, pela educação/conhecimento, mas também por um fator muito importante: o reconhecimento. “Valorização”, “identidade”, “cultura” são termos de peso e importância, mas que, para mim, só fizeram sentido depois que entendi que tem a ver com o reconhecer valor no que é nosso, e se reconhecer como parte disso. Como assim?

Já contei por aqui sobre minha trajetória com a confeitaria, minha formação na França, e como vejo, hoje, que minha experiência fora me aproximou muito dos objetivos que busco por aqui. Já falei o quanto admiro a confeitaria francesa, além das técnicas, pelo que ela representa no seu país, como é valorizada e admirada, e levada muito a sério por lá, e como eu gostaria de ver isso acontecendo por aqui também. Mas nem sempre pensei assim… Passei um tempo acreditando mesmo que o que vem de fora é sempre melhor, o clássico “complexo de vira-lata”. Mudar essa perspectiva não é fácil, compreender nosso potencial e ver o quanto nossa história é rica, é um exercício constante de reconhecimento, de olhar pra dentro e se assumir como parte dessa identidade.

Durante minha estadia na França, tive a oportunidade de estudar ao lado de pessoas de várias partes do mundo, e isso foi, com certeza, uma das coisas mais incríveis dessa experiência. Uma troca de valores inestimável que nos faz questionar muitas coisas, aprender sobre tolerância, respeito, autoconhecimento. Alguns desses colegas se tornaram grandes amigos e foram muito importantes na minha trajetória por lá. Equatorianos, norte americanos, colombianos, venezuelanos, argentinos, chineses, turcos, nigerianos, gregos, brasileiros de diversas regiões, britânicos, dentre outras nacionalidades que dividiram as bancadas, salas de aulas, perrengues, viagens, baladas, e experiências nesse país, que nos recebeu para um período de imersão e estudos sobre sua própria cultura.

Um deles foi um colega grego, o Ilias, que, coincidentemente, tinha uma fascinação enorme pelo Brasil, e sonhava em conhecer nossas terras. Seu pai era marinheiro e viajou diversas vezes para cá, o que lhe rendeu belas histórias que contava aos filhos sobre nosso país, sempre de forma muito encantadora e afetuosa. Ele me contou que sonhava em conhecer mais sobre nossa cultura e poder provar da nossa culinária, que parecia aos olhos dele algo realmente incrível! Como não podia deixar de ser, o orgulho mineiro entrou em cena e contei a ele das delícias da nossa culinária, nossa ligação com uma terra de montanhas e muita história, das influências e heranças do colonialismo nos sabores, das comidas “tradicionais”, e muita coisa que nos permeia. Cheguei a levá-lo, junto com outros colegas, a um restaurante brasileiro para provar alguns quitutes, e encomendei dos parentes que foram me visitar outras guloseimas para apresentar por lá (doces, polpas de frutas típicas, cachaças…), e fiz também algumas receitas afetivas, que todo brasileiro fora de casa por muito tempo precisa de vez em quando: pão de queijo (adaptado, claro), canjica, bolo de cenoura com chocolate, e brigadeiro, para citar alguns.

Toda vez que falava da nossa comida enchia o peito de orgulho, e o Ilias sempre muito entusiasmado em provar de tudo que eu levava e em conhecer mais. Ele, por sua vez, também me trazia delícias da terra de Sócrates e dos Deuses, fazendo desse intercâmbio algo realmente rico e sensacional!

Foi então que um dia comentei com ele sobre os preparativos do meu casamento (estava noiva na época), e das coisas que eu gostaria no dia. Falei que queria muito ter um banquete com “comidas mediterrâneas” na festa (entre aspas mesmo, pois até então reduzia-se a comida mediterrânea a basicamente uma mesa de prosciuttos, queijos, pães e massas. #vergonhasquepasseinavida), super na moda nos casamentos naquele momento. E me lembro de contar com entusiasmo essas ideias, enquanto as feições dele ficavam cada vez mais sérias e pensativas. Foi então que ele me interrompeu, incomodado, e falou: “Na minha terra, em dias de celebração e importantes como um casamento, não se pensaria jamais servir algo diferente do que nossas comidas. Sem elas não tem sentido a festa, elas tem muito significado, são parte da celebração. Você me conta de tantas maravilhas das sua cultura, uma culinária tão rica e com tanta tradição, e quer levar comida estrangeira para o dia mais importante da sua vida? Eu não entendo…”

Foi aí que, “cataploft”! Fiquei sem fala, e senti como se tivesse levado um soco no estômago! Foi um choque de realidade realmente forte. Na minha ignorância, enchia a boca para contar da nossa cultura culinária, dos nossos sabores e ingredientes, mas, pelo jeito, não os reconhecia como parte de mim o suficiente, não lhes dava valor o suficiente para deixá-los serem parte de um dia especial da minha vida. Enchemos o peito para falar do que é nosso lá fora, mas aqui, não valorizamos, não fazemos questão de conhecer, entender, se orgulhar.

Isso me deixou realmente muito abalada e me fez rever várias posturas. A mudança dessas posturas não foi, nem é, imediata, até porque leva um tempo para perceber quais são, e como elas estão enraizadas, e então combatê-las. E elas surgem no dia a dia, sem a gente perceber. É, como eu disse, um exercício constante o reconhecer e o valorizar. São posturas como essas que fazem surgir legislações sem sentido, que preferem proibir sem entender, sem ouvir, sem conhecer. São posturas como essas que transformam palavras de significados simples e claros, em adjetivos pejorativos. Não reconhecemos, ou não nos reconhecemos/assumimos como parte dessa identidade, uma vergonha velada que cai na desvalorização.

Esse texto todo é pra dizer que, sim, é muito importante ter bandeiras como a valorização da confeitaria, da comida de raiz, dentre outros, mas que é preciso entender que isso é um movimento que deve vir de dentro pra fora, voltar a olhar de onde viemos, assumir e abraçar nossa cultura. Entendê-la, conhecê-la, e trazer conosco para futuro, continuando a construção da nossa identidade. Acredito que, antes do valorizar a confeitaria no Brasil, é preciso reconhecer que ela é parte da nossa identidade cultural, e penso que meu trabalho deve trilhar por aí. A valorização virá sem esforço se pensarmos assim.

Te convido a fazer esse exercício comigo, eu também estou aprendendo todos os dias, não é simples, mas as descobertas são muito lindas. Com essa reflexão, desejo um ano de muita inspiração, trabalho, e reconhecimento para todos nós!

Obs: Para quem ficou curioso: sim! O menu do casamento foi totalmente alterado, e incluiu pratos e ingredientes típicos de todo o Brasil em um menu lindo e cheio de significado, elaborado pela maravilhosa Agnes Farkasvolgy do Bouquet Garni! Uma das melhores decisões que já fiz!

O resultado foi incrível, inesquecível, delicioso, único, e, até hoje, super elogiado!

Efkaristo Ilias!

DICAS

Hamburguer em Paris?? Mais, oui!!

O post de hoje são minhas Top 3 dicas de onde comer belos hamburgueres em Paris, em homenagem ao “Dia nacional do hamburguer” comemorado hoje, dia 28/05, em todo o Brasil!

Mas hamburguer?? Em Paris??? Sim, caros seguidores! Paris é uma miscelânea de sabores gastronômicos de várias partes do mundo, inclusive da gastronomia americana! Não se engane, vale a pena deixar o croissant de lado uma vez ou outra por essas delícias gordas!

Pense comigo: a França tem os melhores pães do mundo, mais tipos de queijos que dias do ano, uma cultura em torno de molhos ricos e suculentos, respeito pelos ingredientes, que devem ser sempre frescos e de primeira, o que inlcui carnes e guarnições. É claro que só pode sair um belo hamburguer dessa combinação!

Com todos esses elementos em mãos, mais o “savoir faire”, ou “know how”, americano de fazer bons hamburguers, três estabelecimentos se destacaram para mim nessa arte e valem a sua visita!

Em terceiro lugar: A “Factory & CO”.

Para começar, fica em um local delícia para se passaear e passar a tarde: o “Bercy Village”. Mais afastado dos pontos tradicionais e pouco frequantado por turistas, era um antigo mercado vinícola que foi desativado em meados do século passado, passou por uma reforma/restauração e virou um delicioso ponto de comércio com pequenas lojas, bares e restaurantes, que ocupam os antigos galpões onde se estocavam os vinhos, além de ter um dos melhores cinemas de Paris.

Dentre os restaurantes está a “Factory & CO”, que chama a atenção, primeiramente, pela enorme variedade de cheesecakes, muffins e brownies deliciosos da casa! No entanto, segure-se e peça primeiro um dos deliciosos hamburgueres feitos com o tradicional bagel Nova iorquino, preparados diariamente no próprio estabelecimento. Os hamburgueres são suculentos e muito bem servidos, e o diferencial dos bagels fresquinhos dá um toque bem especial. Depois deguste um dos cheesecakes, ou peça um para viagem para se deliciar mais tarde 😉

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Segundo Lugar: “Big Fernand”

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Esse sim um hamburguer “à la française”! Com opções de queijos franceses e carnes diferenciadas, como cordeiro e vitela, além de um pão maravilhoso de uma padaria francesa próxima do local. Você pode escolher das opções já montadas do menu, ou criar seu próprio hamburguer com os ingredientes disponíveis. As batatinhas também são incríveis e podem ser feitas com diferentes temperos. O local é pequeno e a fila é sempre grande, mas o serviço é rápido e vale a pena a espera!

Curiosidade: Na época em que estive em Paris os atendentes do Big Fernand tinham que ter bigode, e os uniformes eram bem típicos do esteriótipo francês, como é possível ver pela foto! 😀

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Primeiro Lugar: “Le Camion qui Fume”

Primeiro “Food truck” da França, ideia de uma americana da Califónia que deixou tudo para trás e decidiu levar para Paris os verdadeiros hamburgueres americanos que ela comia na infância. Pão artesanal francês, carne de origem certificada, queijo cheddar legítimo inglês envelhecido por meses, além de outros queijos de origem certificada. Ingredientes frescos e de qualidade, e a ideia maluca de uma americana de colocar um food truck na terra dos bistrôs! E “mon dieu” como deu certo! Indiscutivelmente os melhores hamburgueres que já comi na vida! Perfeitamente suculentos, balanceados, pão tostatinho e saboroso, molho barbecue dos deuses, queijo cheddar de verdade, cebolas caramelizadas com perfeição…e batatinhas fininhas crocantes feitas na hora como as da mamãe! De C.H.O.R.A.R de bom! Só terá uma chance de comer um hamburguer em Paris? Essa é a sua escolha!

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Como todo food truck, o “Le Camion qui fume” é itinerante mudando de local todos os dias da semana. Geralmente começam o serviço às 19h, mas a partir das 18h já é possível ver a fila se formando a espera da perfeição em forma de hamburguer. Chegue cedo e espere o tempo que for, vai valer a pena!

E aí estão meus Top 3 hamburgueres para se deliciar em Paris! Feliz dia do hamburguer! Vamos comer! :p

EVENTOS

Dia internacional do macaron!

Um dia consagrado ao petit four símbolo da pâtisserie francesa! Apesar de sua origem italiana, o macaron, como é feito e conhecido hoje, é de receita francesa. A receita original italiana é próxima aos biscoitos “amaretti”, mas só depois de chegar à França é que foi feita a remodelagem do doce para algo bem mais delicado (e complicado de se fazer!) como conhecemos hoje, além da maravilhosa ideia de colocar recheios e sabores variados deliciosos! Esses são conhecidos como “macarons parisienses”.

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O “Dia Internacional do Macaron” foi criado por Pierre Hermé em 2005, e acontece todo dia 20 de março, que também marca o primeiro dia da primavera no hemisfério norte. Mas a idéia vai além de apenas comemorar esse delicado docinho e a chegada de dias ensolarados. A proposta é arrecadar doações para o combate à mucoviscidose, ou fibrose cística, uma doença genética que afeta os aparelhos digestivo e respiratório e as glândulas sudoríparas.

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Hoje em toda a França e em alguns países do mundo sua doação vale um macaron de presente. Várias lojas em Paris ainda oferecem eventos de animação e criação de novos sabores de macarons para chamar a atenção do público para a causa. Forma super legal e deliciosa de ajudar! 🙂

Pierre Hermé, criador do evento, é talvez o Chef Pâtissier mais famoso pelos macarons na atualidade. Considerado o “Picasso da confeitaria”, ele consagrou o doce com suas receitas de sabores mirabolantes e únicos, inclusive os macarons salgados, como o de “fois gras”. Suas lojas espalhadas pela capital francesa valem a visita, e meu conselho é experimentar o macaron “mogador”, feito com uma ganache de chocolate e maracujá num equilíbiro perfeito dos dois sabores! Realmente delicioso!

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Devo confesar que os macarons do Pierre Hermé não são os meus favoritos de Paris (blasfêmia!!! :p ), mas com certeza são imperdíveis pelas combinações de sabores exóticos e muito bem trabalhados que só o Chef Hermé consegue fazer.

Inspirada pelo macaron “mogador”, a La Parisserie criou sua versão abrasileirada do doce com recheio de ganache de chocolate belga ao leite e cupuaçu, que é, como diriam os francesese, “une tuerie!” 😉

E para celebrar esse dia a La Parisserie deixa aqui uma receita de macarons de chocolate com recheio de geléia de framboesas, e com todas as dicas para um macaron perfeito! 🙂

Importante: Todas as medidas tem que ser precisas. Use uma balança digital de preferência.

Para os macarons:

  • 300g de açúcar de confeiteiro (glaçúcar)
  • 220g de farinha de amêndoas
  • 20g de cacau em pó de boa qualidade
  • 200g de claras envelhecidas (separe as claras das gemas e deixe-as na geladeira por uma semana antes de usar. O peso das claras é muito importante!)
  • 200g de açúcar refinado
  • Algumas gotas de corante alimentício vermelho
  • Geléia de framboesa para rechear

Misture o cacau, farinha de amêndoas e o glaçucar. Bata no processador de alimentos até ficar bem fino e homogêneo. Passe por uma peneira.

Em um bowl limpo e seco, de vidro ou inox, coloque as claras e o açúcar. Bata com um fouet em banho maria até que o açúcar dissolva. Tire do banho maria e coloque na batedeira batendo ao máximo até um merengue firme se formar. Essa técnica é a do “merengue suiço”. Acrescente as gotas de corante vermelho e a mistura dos ingredientes secos. Agora com uma espátula grande ou um raspador (prefiro esse), faça movimentos de baixo para cima e virando o bowl para incorporar os ingredientes. Espalhe a massa pela lateral inteira do bowl, depois recolha tudo ao centro. Essa técnica se chama “macaroner” e é importantíssima para dar a textura correta ao seu macaron. Repita essa técnica até que a massa fique lisa e brilhante. No entanto, não misture demais ou a massa ficará mole e seus macarons não crescerão no forno.

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Técnica “macaroner”

Coloque a massa num saco de confeitar com bico liso. Faça pequenas bolinhas de massa sobre um tabuleiro forrado com tapete de silicone ou papel manteiga. Dê espaço entre eles. Bata o tabuleiro na mesa para tirar bolhas de ar e para que os macarons fiquem lisos. Você pode salpicar mais um pouco de cacau por cima para um efeito diferente se quiser.

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Pré-aqueça o forno à 135oC. A temperatura pode variar dependendo do seu forno, mas é importante que seja baixa para que o merengue asse aos poucos formando a crosta por fora e fique macio por dentro. Asse os macarons por 15min. Tire-os do forno e deixe esfriar completamente antes de tirar do tabuleiro.

Recheie com a geléia de framboesas da sua preferência. Guarde os macarons na geladeira por pelo menos 24h antes de degustar. A espera vai valer a pena! 😉

 

DICAS

Angelina! Pausa para um chá em Paris.

“Angelina” é, provavelmente, uma das mais tradicionais casas de chá de Paris. Foi fundada em 1903 pelo austríaco Antoine Rumpelmayer, e, desde então, se tornou um endereço de elegância e sofisticação da confeitaria francesa, e mais uma das visitas imperdíveis em Paris!

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Foi frequentada por nomes como Proust e Coco Chanel, além de vários outros personagens da aristocracia francesa. Seu salão, lindamente decorado, é uma atração a parte, além de sua localização sob as arcadas da Rue de Rivoli que fazem dessa pâtisserie um ponto de encontro de puro luxo! Você pode comprar suas tradicionais delícias no balcão e levar para casa, mas a experiência de um chá da tarde ou um brunch de domingo é imperdível!

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Dependendo da época do ano recomendo fazer uma reserva antecipadamente, pois a casa lota com frequencia. Não é incomum ver filas de espera na entrada, tanto para o salão de chá, quanto para as compras no balcão.

Conseguindo uma mesa no salão não deixe de provar o chocolate quente, há anos eleito o melhor de Paris! Para acompanhar, um mil folhas ou o premiadíssimo mont-blanc! Doce tradicional feito a base de merengue e marrons (conhecidas no Brasil como “castanhas portuguesas”), e que fez a fama da casa desde a sua abertura!

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Presenteie-se com um chá da tarde na Angelina após uma visita ao Louvre, e finalize com um passeio pelo Jardim de Tuileries para (mais) um dia perfeito em Paris! 😉

 

 

 

DICAS

La Pâtisserie des Rêves

Hoje vou falar um pouco da “La Pâtisserie des Rêves”, mais uma das pâtisseries que considero imperdíveis em Paris!

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Foi criada em 2009 pelo talentoso Chef Philippe Conticini e seu sócio Thierry Teyssier. No entanto, Philippe Conticini é quem comanda a casa e recebe praticamente todos os louros. Um Chef pâtissier com um grande conhecimento também na área da cozinha, e conhecido pelo seu paladar e senso de sabores inigualáveis!

A La Pâtisserie des Rêves nasceu com o intuito de trazer as memórias gustativas da infância de volta! Aqueles doces que nossas mães, avós ou tias faziam e eram uma experiência única na nossa infância, e que nos marcaram para sempre! Todos temos uma memória assim, e a ideia da loja é de criar lembranças “gourmet”. Mas não no sentido cheio de “rococós” da palavra, como nos aparece hoje, mas sim, das lembranças de gostosuras, ou até mesmo “gordices”, que fizeram parte da infância.

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Lá você vai encontrar clássicos da confeitaria francesa que fizeram, e fazem, parte do dia a dia de qualquer criança na França, mas, obviamente, com toques de um Chef brilhante. Versões “gourmand” (ou gordinhas) de éclairs de chocolate, mil folhas de baunilha, tortas de limão com merengue, e o indescritível Paris-Brest de praliné! Eleito o melhor Paris-Brest de Paris (e o qual a La Parisserie se inspirou para fazer a sua própria receita! 😉 )

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Para reafirmar esse ideal, a La Pâtisserie des Rêves ainda promove todos os anos um “piquinique escolar”, ou o chamado Le Goûter, como é conhecido na França o lanche de gostosuras das crianças após as aulas. Dezenas de pessoas, principalmente famílias com crianças, se reúnem em um dos maravilhosos parques de Paris em um domingo a tarde de setembro, usando as cores rosa e branco (cores da loja) para um piquinique de gostosuras oferecido pela loja! No site você ainda acha uma parte dedicada exclusivamente para as crianças, e a loja é conhecida por promover datas especiais e eventos especialmente voltados para os pequenos (mas que encantam também os grandes!)

Uma visita a essa “pâtisserie dos sonhos” é imperdível e recomendo a todos que estejam de passagem por Paris! Tenho certeza que vai deixar uma doce lembrança na sua viagem! 🙂

 

DICAS

Dessance – Um novo conceito em pâtisserie!

Na minha última passagem em Paris aproveitei para visitar algumas pâtisseries novas. Dentre elas, a Dessance, recomendação de uma amiga que mora por lá, e foi a que mais me chamou a atenção.

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A casa abriu em Paris o primeiro “restaurante de sobremesas” da cidade. O conceito é de uma pâtisserie totalmente diferente do que se vê por lá! O local não é a opção para quem quer comer um doce tradicional, um bom pedaço de bolo ou coisa assim. É uma experiência culinária totalmente nova, um experimento, que você pode achar o máximo, ou simplesmente não ser a sua praia e na saída comprar uma barra de chocolate no supermercado mais próximo para matar a vontade de comer açúcar!

Mas aviso que vale muito a pena a experiência! É sensacional o que eles criaram.

As sobremesas são servidas empratadas, não há uma vitrine de exposição e o ambiente é o de um restaurante muito mais que de uma casa de chá ou confeitaria.

Decoração clean e moderna, poucas mesas, e a bancada de trabalho da equipe exposta bem a sua frente. As sobremesas são feitas e montadas na hora de acordo com os pedidos.

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Existe um menu, também pequeno, mas super interessante e que muda constantemente. Você pode pedir opções avulsas ou um menu degustação, que funciona como um “menu confiance” . Você não sabe o que vai receber, o Chef escolhe o que vai te servir. Como tudo para mim era novidade achei a ideia do menu mais legal e resolvi experimentar. A casa também recomenda algumas bebidas do dia, que são preparações do Chef. Geralmente sucos, chás e misturas diferentes, alcóolicas ou não, para acompanhar as sobremesas. Também vale a pena provar.

O menu degustação pode ser para uma ou duas pessoas. O preço é justo, sem extravagância, e oferece muita coisa. Estávamos em um grupo de 6, foram pedidos dois menus para duas pessoas e as outras pediram coisas avulsas.

O menu incluia um tipo de “amuse bouche” (entradinha), 3 sobremesas/pratos “saison” (feitos com produtos da estação), uma sobremesa “gourmand” (que significa algo mais “gordo”), e “mignardises”, que geralmente são servidas no final de um jantar com o café ou chá.

Eu sei que parece muito! Como assim comer um menu inteiro de sobremesas???? Mas a verdade é que você sai super satisfeito como se tivesse comido uma refeição de verdade, sem ficar enjoado de doce ou com a sensação de que comeu açúcar pelo resto do mês! E foi isso o que mais me impressionou! Acredite ou não, é um menu “balanceado”!

A primeira sobremesa foi a base de beterrabas, bergamota e chocolate branco. Foi uma das avulsas pedidas na mesa. Achei muito gostosa. É diferente sim, combinações talvez exóticas, mas nada que não seja familiar ao paladar. O que mais me chamou a atenção nesse prato é que não há qualquer tipo de açúcar adicionado a não ser o já existente no chocolate branco e na própria beterrada. E realmente não fez falta alguma! Super delicada a sobremesa, ficaria bem no final de qualquer jantar de um bom restaurante francês, assim como as outras que provamos.

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No menu degustação a “entrada”, essa cumbuquinha da foto, era um tipo de velouté. Mâche (uma erva), macadâmia, wasabi, sorbet de pêra e pêra marinada com manjerona. E pipocas para dar uma crôcancia, realmente a única coisa irrelevante para mim no prato, podia ter ficado sem. Mas tudo muito leve, delicado, abriu o apetite.

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Em seguida o primeiro “prato da estação”: Morangos, sorbet de salsinha, fromage blanc (um queijo leve de sobremesa muito usado na França) e rabanete confit. Foi para mim o melhor dos “saison”! Super refrescante, uma combinação de sabores deliciosa e surpreendente!

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Próximo prato banana, sorbet de gengibre, aipo e speculous (um biscoito tradicional de especiarias). Não foi meu preferido em escolha de sabores, mais exótico, mas também super balanceado e sempre com um ingrediente refrescante. Nunca muito doce.

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O terceiro pêras variadas, sorbet de iogurte grego de ovelha, creme de cerefólio. Mais uma vez uma sobremesa sem nenhum açúcar adicionado! Texturas e temperaturas fizeram essa sobremesa uma das preferidas da mesa.

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O próximo prato era o “gourmand”, que deu a sensação de ser a “sobremesa” do menu. Uma prato agora sim, doce e voluptuoso como uma sobremesa tradicional. Croustillant chocolate e baunilha, com uma nuvem de caramelo amargo. Uma sobremesa gelada de chocolate baunilha e caramelo. Sabores mais que tradicionais, mas uma combinação infalível e deliciosa!

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Para finalizar, as mignardises, esses pequenos petit fours e docinhos que finalizam a refeição. Esses eu já achei mais sem graça depois de tanta coisa maravilhosa que foi servida, mas também interessantes. Três texturas e sabores variados.

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A experiência toda foi maravilhosa e me encantou esse novo conceito, principalmente por colocarem o menu de forma tão criativa e nada enjoativa! A mudança dos pratos de acordo com a sazonalidade, uma característica típica dos restaurante de lá, é um charme a mais e dá vontade de voltar para provar as novidades.

Para aqueles que ainda não se convenceram muito, a casa oferece algumas opções “salgadas”, mas sempre com o pé na pâtisserie, como as madeleines de roquefort com creme de limão (assadas na hora!), e um paté de foie gras com maracujá e creme de abóbora (fantástico!).

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Quem tiver a oportunidade de ir à Paris eu recomendo muito essa experiência culinária maravilhosa que o Dessance propõe! Vá com a mente aberta e aproveite!

Para conhecer mais, o link do site está abaixo 😉

http://www.dessance.fr/

DICAS

L’éclair de Genie e um passeio pelo Marais

Hoje é bastante comum encontrar por Paris pâtisseries especializadas em produtos únicos. Por exemplo, recentemente foi aberta a “Maison de la Chantilly”, uma confeitaria especializada no verdadeiro creme chantilly e sobremesas feitas com ele. Da mesma forma, você vai encontrar casas especializadas em macarons, chouxs, bolos, e, como a nossa pâtisserie do dia, em éclairs!

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A L’éclair de Genie abriu suas primeiras portas na região do Marais em Paris. Um bairro super charmoso e um dos meus preferidos para passear e encontrar delícias! Por isso mesmo, vou dar algumas dicas do que ver por lá, além da famosa casa de éclairs!

Dirigida pelo renomado Chef Christophe Adam, a L’éclair de genie é uma pâtisserie especializada em maravilhosos éclairs dos mais variados sabores! Na loja você também encontra chocolates e pralinés, mas as estrelas são realmente os éclairs, que podem chegar a 7 euros a unidade dependendo do sabor, mas valem a experiência! A massa é super leve e macia e os recheios (super bem servidos por sinal!) são realmente de lamber os dedos!

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Aguns sabores são permanentes, como o de caramelo salgado (um dos meus favoritos) e o de maracujá com framboesa. Mas a maioria são sazonais, de acordo com ingredientes da época e datas comemorativas. Os de chocolate são outra atração, pois a cada mês um novo tipo de chocolate (de diferentes partes do mundo) é utilizado para criação de um éclair bombástico!

Tive a experiência de trabalhar na loja por um dia em 2014, ano em que ganhei o concurso promovido pela L’éclair de Genie em Paris para criação de um novo sabor. O concurso envolveu confeiteiros e amadores do mundo todo, que enviaram centenas de receitas para concorrer. Eu mesma fiz quase 10 receitas diferentes para o concurso, todas baseadas em sabores tipicamente brasileiros! Após duas fases muito concorridas e acirradas, fiquei em primeiro lugar com a minha receita do éclair de caipirinha! 🙂

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O prêmio, além de uma viagem para Paris para trabalhar com o Chef Christophe Adam na pâtisserie, consistia em ter o éclair vencedor vendido na loja por todo o mês de junho de 2014 🙂 Foi uma experiência sem igual! Os éclairs são confeccionados diariamente, sempre frescos, e feitos, em grande parte, de forma manual e artesanal. Os ingredientes utilizados são sempre os melhores possíveis! Tive ainda a experiência de vender os écláirs na loja por algumas horas, e foi realmenre muito legal ver o interesse dos clientes no novo sabor “exotic” do Brasil!

Ao se visitar o Marais, uma passada no  L’éclair de Genie é indispensável! Hoje o Chef já conta com várias lojas espalhadas pela “Cidade Luz”, mas a do Marais é, para mim, a mais charmosa e, de quebra, te leva a passear por um dos bairros mais simpáticos da cidade!

Para visitar o Marais recomendo tirar uma manhã e parte da tarde para aproveitar bem o passeio. São ruazinhas lindas que escondem história, beleza, arquitetura, diversidade, museus e uma culinária espetacular! É uma região para passear sem pensar no tempo, para apreciar, para encontrar pracinhas escondidas entre prédios antigos e sentar na grama para aproveitar o dia de sol enquanto toma um sorvete (ou come um éclair!).

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Entrar em lojinhas fofas, e aproveitar da culinária local maravilhosa, influenciada pela grande comunidade judia que reside na região é outro must! Pelo mesmo motivo é onde o comércio fica aberto aos domingos na cidade, atraindo muitas pessoas e mantendo a região sempre animada!

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Para almoçar recomendo o Chez Marianne, restaurante super tradicional de comida judáica e do oriente médio. Vale esperar uma mesa e se deliciar em um almoço sem pressa. Para os que não tem muito tempo, recomendo um sanduíche no pão pita no Miznon, sempre com ingredientes ultra frescos da estação e opções deliciosas da cozinha israelita! A casa é bem dinâmica e com opções que mudam todos os dias no cardápio. Vale a visita!

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No mais é passear e aproveitar cada momento dessa cidade maravilhosa! 🙂

 

 

DICAS

Pâtisserie et Chocolaterie Jacques Genin

Aberta em 2008, a Pâtisserie de Jacques Genin foi uma das que mais me chamou a atenção em Paris, por ter um conceito bem mais clean e moderno de pâtisseries e casas de chá, bem diferente das clássicas e ornamentadas Ladurée e Angelina, por exemplo. Aliás, essa é uma tendência entre os novos Chefs pâtissiers e pâtisseries em Paris, lojas bem menos adornadas, cores mais sóbrias (às vezes até sem graça), mas com foco total nos produtos, que são as verdadeiras jóias.

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A loja se divide em chocolaterie (parte especializada em chocolates), confiserie (parte especializada em doces a base de açúcar, como caramelos, marshmallows, nougat, pâte de fruits…) e salão de chá, no primeiro andar. E o atelier/fábrica no segundo andar. Os únicos produtos expostos são os chocolates, caramelos e pâte de fruits. Aqui você não vai encontrar uma vitrine cheia de sobremesas, tortinhas e outras delícias em exposição como vemos com frequência em Paris.

Para provar as sobremesas você tem que conseguir uma mesa no disputado salão de chá, mas vale a pena a espera! Os doces são montados na hora e apresentados em um pequeno cardápio que muda todos os dias. Os destaques ficam, com certeza, com a torta de limão e manjericão, e o mil folhas. A tartelette de caramelo com nozes também vale a degustação, assim como o Paris-Brest ultra recheado! Peça um chocolate quente para acompanhar, combinação infalível!

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Após a degustação no salão de chá não deixe de comprar as delícias expostas na loja, que são as verdadeiras especialidades da casa. Os chocolates são uns dos melhores de Paris, mas o destaque para mim foram, realmente, os caramelos amanteigados (macios, de vários sabores e que derretem na boca!) e as pâte des fruits, que são um tipo de bala de goma, mas feitas com a polpa da fruta de verdade! Deliciosas!

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Os caramelos e pâte de fruits não são baratos, mas valem cada centavo (e mordida!), são excepcionais! E foram inspiração para a criação dos caramelos da La Parisserie, que estarão disponíveis para encomenda a partir de amanhã! 🙂

DICAS

Un Dimanche a Paris e Patrick Roger – Delícias…

Olá queridos seguidores do La Parisserie! A partir dessa semana vou postar dicas de algumas das confeitarias que frequentava em Paris e que acho que valem a visita!

Hoje vou falar de duas que ficam bem próximas uma da outra, o que já faz o passeio ainda mais interessante! 😉

Para quem está indo, ou planeja ir à Paris, uma ótima dica para  sair da muvuca turística é ir passear nos arredores da estação Odeon (linha 10). Lá você vai encontrar cinemas, lojinhas fofas, becos e ruazinhas que parecem esquecidas no tempo, e delícias doces!

Minha primeira recomendação é uma parada para um chá da tarde na pâtisserie “Un Dimanche a Paris”. Ela fica numa ruazinha de pedras com ares boêmios, cercada por bares e lojinhas charmosas, inclusive algumas de cozinha e confeitaria que também valem a visita!

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A pâtisserie é dividida em loja, ateliê (exposto ao público), restaurante/casa de chá, além de uma escola de confeitaria no andar de cima.  Os destaques são, principalmente, os chocolates e doces de sabores inusitados, mas deliciosos! Temperos encobertos de chocolate, como grãos de pimenta rosa, chamam a atenção e despertam curiosidade. Vale provar!

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Você pode pedir a sobremesa na loja e levar pra casa, mas vale a pena saborear por ali mesmo na casa de chá! Escolha na loja e sente-se no salão enquanto espera. Recomendo o chocolate quente para acompanhar 🙂 O salão é super bem decorado, clean, mas aconchegante, atendimento impecável.

Saindo dali ande 2 quarteirões até a loja de Patrick Roger, o melhor chocolatier da França. Ótimas opções para um presente mais gourmet! Recomendo as barras de chocolate, que são bem mais em conta e feitas com os mesmos chocolates premiados, além de serem embaladas em um estojinho lindo!

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Os bombons são mais caros, mas valem a degustação, além de serem uma obra de arte! As trufas são M-A-R-A-V-I-L-O-S-A-S, e os chocolatinhos com praliné imperdíveis!! Você pode também visitar a maior loja de Patrick Roger que fica praça de Madeleine. Geralmente com esculturas de chocolate na vitrine de cair o queixo! Mas como é a mais famosa por lá, costuma ficar bem cheia, por isso recomendo a da estação Odeon para as compras e degustações 😉

Para os loucos por doces e pela área de pâtisserie vale o passeio!

 

PERFIL

Depois de se formar em Direito na UFMG, Mariana Correa resolveu mudar de carreira e se dedicar ao que sempre lhe fascinou: a cozinha. Formou-se em gastronomia em Belo Horizonte e, em 2013, foi para França, onde cursou o Le Grand Diplome na renomada escola de culinária Le Cordon Bleu, em Paris, permanecendo entre os cinco melhores estudantes durante todo o curso.

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